Hoje no ônibus, voltando do trabalho, sentou uma menina de uns 8 anos ao meu lado. Percebi que de vez em quando ficava olhando pra mim, até que bateu no meu ombro e perguntou. Qual o seu nome? Eu respondi e perguntei o dela. Se chamava Aline. Depois me perguntou onde eu moro, se fica longe, se o ônibus para na porta da minha casa. Eu fui achando graça e ao mesmo tempo achando incrível o jeitinho inocente dela. Quantas vezes senti vontade de fazer algumas perguntas assim pra um desconhecido no ônibus? Nem sei. Me lembrei que eu carregava um desenho na bolsa e mostrei a ela. A alegria foi tanta que ela começou a falar alto, "Não acredito!!! Você que fez? É muito difícil desenhar!!! Olha isso!!!", mostrando pra amiga que estava sentada no banco ao lado. Escrevi pra ela num pedacinho de papel o endereço do blog. Me disse que estava chegando a hora de descer, mas perguntou se eu podia fazer um desenho pra ela com gatinhos e ficar sempre andando com ele na bolsa, pra dar a ela na próxima vez que a gente se encontrar. Eu disse que sim. Pensativa, sentindo uma alegria diferente, mas disse que sim. Será que um dia eu verei essa menininha de novo? Isso não importava, ela me fez entender que tem momentos que não voltam mais de tão suaves que são. Pela janela eu vi uma mãozinha abanando pra mim. Foi então que me dei conta de que devia ter dado o desenho a ela. Aline, contei tudo isso aqui na esperança de que você leia. Preciso entregar seus gatinhos.